Brigitte teve o gênero e o nome alterados em registros fiscais oficiais após uma invasão a suas contas digitais. Nos sistemas, seu nome foi substituído por “Jean-Michel”, em referência a uma teoria conspiratória antiga e infundada que circula há anos nas redes — alegando falsamente que ela teria nascido homem.

Primeira-dama da França tem seu gênero alterado em ataque a sistemas oficiais do país.

A ação, revelada pelo chefe de gabinete do governo francês, Tristan Bromet, demonstra o poder destrutivo da engenharia social combinada à violação de sistemas públicos, quando usada como ferramenta de assédio digital e ataque à integridade de figuras públicas.

Uma campanha orquestrada de difamação

O ataque não é isolado: trata-se de um desdobramento direto de uma campanha de desinformação sustentada por teorias conspiratórias. Entre os acusados pelo cyberbullying contra a primeira-dama estão Delphine Jegousse (que se apresentava como a médium “Amandine Roy”), a jornalista Natacha Rey e o publicitário Aurelien Poirson-Atlan.

Esses indivíduos agora enfrentam julgamento por assédio online e difusão de notícias falsas, podendo receber penas de até três anos de prisão e multas superiores a €45 mil.

O impacto da manipulação digital

A alteração de dados oficiais — algo que deveria ser altamente protegido — revela falhas sistêmicas no controle de acesso e rastreabilidade de identidades digitais. Casos assim ilustram como a desinformação pode migrar do campo simbólico para o campo técnico, com invasões reais que reforçam narrativas falsas.

O dano não é apenas pessoal. Ele mina a confiança pública em registros governamentais e reforça a necessidade de auditorias de integridade e autenticação multifatorial em bases estatais.

Do boato à responsabilização judicial

Em paralelo, Emmanuel e Brigitte Macron também processam a influenciadora americana Candace Owens, responsável por produzir vídeos que impulsionaram o mesmo boato a milhões de visualizações no YouTube.

O casal pretende apresentar provas científicas e fotográficas para encerrar o ciclo de difamação, em um raro movimento de enfrentamento direto às narrativas digitais falsas — um gesto que evidencia a necessidade de respostas jurídicas e tecnológicas conjuntas diante da desinformação organizada.

A lição do caso

O caso Brigitte Macron transcende a esfera política: é um alerta global sobre o poder destrutivo da desinformação digital e sobre como ciberataques podem ser usados como armas simbólicas.

Na era da hiperconectividade, a proteção da identidade digital e da reputação online tornou-se tão essencial quanto a proteção física — e a segurança cibernética, um pilar da própria democracia.

 

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