As fraudes online estão crescendo em ritmo alarmante no Brasil. Segundo levantamento da Visa Acceptance Solutions, o valor médio das transações fraudulentas no e-commerce foi de R$ 1,2 mil no primeiro semestre de 2024 — quase o dobro das compras legítimas, que giram em torno de R$ 740.
Fraudes digitais dobram no e-commerce
O estudo revela ainda que mais da metade das fraudes (55%) teve origem em dispositivos móveis, reflexo da expansão do comércio digital via aplicativos. Além disso, 90% das contestações acontecem até 45 dias após a compra, o que mostra como muitos golpes passam despercebidos por semanas.
Entre os estados com maior incidência estão São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. As principais estratégias dos criminosos envolvem o “teste de cartão”, usado para validar dados roubados antes de um golpe maior, e o “roubo de contas”, prática que se aproveita da engenharia social para invadir perfis e usar informações de pagamento salvas.
Para conter o avanço das fraudes, a Visa recomenda que empresas adotem o modelo Zero Trust, em que nenhum acesso é considerado seguro por padrão. A companhia afirma ter investido US$ 11 bilhões em tecnologia e segurança nos últimos cinco anos, com sistemas baseados em inteligência artificial e aprendizado de máquina, responsáveis por bloquear mais de US$ 40 bilhões em fraudes somente em 2023.
No entanto, os criminosos também estão se modernizando. O uso de IA generativa permite criar dados sintéticos e deepfakes cada vez mais convincentes, ampliando o risco de golpes sofisticados. A União Europeia já cobrou Apple, Google e Microsoft sobre o aumento das fraudes financeiras digitais, que causaram prejuízos superiores a 4 bilhões de euros.
A disputa entre IA defensiva e ofensiva marca a nova era da segurança digital — onde a tecnologia que protege também pode ser usada para enganar.